«No dia 26 de dezembro de 2004, “tsunami” tornou-se a palavra japonesa mais conhecida em todo o mundo – mais do que “sushi”. Desde esse dia trágico, tem surgido uma quantidade de artigos e cartas em jornais de todo o mundo questionando a credibilidade da fé em Deus à luz de um acontecimento tão terrível. Esta experiência não é nova. Quando o terramoto de 1755 arrasou a cidade de Lisboa, o cínico Voltaire perguntou se os pecados desta cidade seriam assim tão maiores que os de Londres ou Paris para merecerem um julgamento tão indiscriminado da parte de Deus. Alguns cristãos lançam lenha na fogueira dos cínicos fazendo afirmações ingénuas sobre “a vontade de Deus”, “o juízo de Deus”, “o fim do mundo” e outras que tais. Mesmo expressões bem intencionadas de gratidão a Deus pelo salvamento e segurança nos fazem pensar em que propósito haverá em salvar alguns poucos e abandonar tantos milhares à morte. Quanto às histórias sobre a sobrevivência “miraculosa” de edifícios e símbolos religiosos, estas apenas confirmam a convicção ateísta de que toda a crença religiosa provém da superstição e da ignorância. Que tipo de divindade se preocupa mais com as coisas do que com as pessoas?»
Português:
Inglês (English):
- Autor: Vinoth Ramachandra; tradutor: Júlio Reis
- Publicadora: A Rocha Internacional
- Licença: CC BY-SA 4.0
Foto pequena: Tsunami 06 | Phuket por Zalzadore – CC-BY-NC 2.0